sábado, 1 de julho de 2017

Quadrilha Junina Pisada Forte

Um produto genuinamente Banzaeense!


O ano era 2002 quando a partir de uma seletiva ocorrida no Centro Educacional Edval Calasans (CEEC), jovens foram escolhidos para participar de um Concurso Municipal de Quadrilhas. 

Alguns chateados com a situação formaram a chamada “Quadrilha da Rua”, participava quem tivesse interesse. 

A disputa não aconteceu e foi quando se deu a fusão entre o Grupo da Escola e com o  Grupo do Povão. E ocorria um fato interessante, as pessoas antes de se unirem, indagavam umas as outras, “Você participará de qual quadrilha, da rua ou da escola?”. 

A princípio a professora Rita Simone, batizou o grupo de “Quadrilha Arrasta-Pé na Praça”, na justificativa de que suas apresentações se dariam sempre na Praça de Eventos da cidade. 

O primeiro empecilho encontrado pelo grupo foi à falta de um local para os ensaios. Foi ai que o saudoso Flaviano Dantas, popularmente conhecido como “Sr. Viano”  (in memória), cedeu sua garagem, “O Casarão”, para realização dos ensaios. Como o número de participantes aumentava, o espaço ficou pequeno e assim surgiu mais uma ajuda que veio da professora e diretora do CEEC na época Cássia Matos que realizou uma reunião com os membros do grupo e permitiu que ocorressem as reuniões  e ensaios dentro de uma das salas de aula da Unidade Escolar, espaço esse que também ficou pequeno diante da euforia dos integrantes, sendo assim surgiu à ideia de fazer os ensaios na área externa da escola que por sinal não era pavimentada.  .

Com os problemas encontrados na área externa do CEEC, a Comissão Organizadora teve que buscar um novo ambiente e de imediato idealizaram a Praça Mãe Joana, mas logo descartaram, afinal, o público iria ficar a par da apresentação e “perderia a graça no dia”. Por essa razão, surgiu à hipótese de solicitar a diretora da Escola Municipal Edite Brito (hoje desativada), professora Marilene Bezerra, para acomodar a quadrilha, após uma reunião com ela, a mesma citou as inesquecíveis palavras, “A escola é de vocês! Jamais eu vou deixar de ajudar a nossa cultura e o que precisarem contem comigo!”. E não foi diferente, até aulas de frevo a professora Marilene ofertou para quadrilha. 

Já em cima da hora para primeira apresentação, tudo começara a se concretizar, espaço de ensaios conseguido, participantes sendo “afiados”, e faltava o principal, o figurino! 

Pela falta do figurino, o grupo foi em busca de apoio ao presidente da Câmara na ocasião Paulo Sérgio,  ao então prefeito Zé Leal e ao Comércio Local e o mesmo foi conseguido.

Com os apoios conquistados e ajuda dos participantes, o tecido para fazer o figurino foi comprado, o mesmo chegou faltando uma semana para a data da apresentação  e aí começou a correria na busca por costureiras para concretizar o modelo rabiscado no papel pelos talentosos irmãos, Agerlânio, Cida e Ana Carla. 

Chegou o grande dia e na noite de São Pedro, 29 de Junho de 2002 aconteceu à primeira Apresentação da Quadrilha, na antiga Praça do Mercado Municipal, hoje Praça Nossa Senhora da Conceição.

Logo na primeira apresentação a quadrilha mostrou que chegou para marcar época, o tema usado na ocasião surgiu da Banda Menina Faceira, (“Alô, alô meus amores, esse é o nosso terceiro cd...”). Professor na época, Celhão Produções foi o marcador da apresentação tradicional  que foi encerrada com uma coreografia ensaiada homenageando Lampião e Maria Bonita. 


2004

A Pisada voltou com força total e fez uma apresentação ímpar mesmo sem tema e seguindo a ideologia da primeira apresentação em 2002, coreografia ensaiada e passos tradicionais sob a marcação do professor Girordan. 

Nesta apresentação, surgiu a primeira dupla mirim da Quadrilha, (Mateus e Daniela Oliveira). 

2005

A Pisada pela primeira se apresentava pelo segundo ano consecutivo e fez mais uma brilhante apresentação, mesmo sem tema.

Nesta ocasião aconteceu a 1ª Edição do “Arrastão da Bagaceira” com um carro de som ao comando do narrador e animador Toninho de Quinca Soldado, participam do esquenta caminhões, jegues, cavalos, motos, bicicletas e pessoas a pé, foi um grande arrastão entre a Sede e o Povoado Campo do Brito, fazendo um grande alvoroço. 

O que era para ter sido apenas um “esquenta” da Quadrilha Pisada Forte, o “Arrastão da Bagaceira”, tornou-se num grande “Bloco Junino” com os participantes vestidos a caráter.

2006

O ano era de Copa do Mundo na Alemanha e o tema na ocasião homenageada o mundial e a Seleção Brasileira. Embaixo de muita chuva a Pisada Forte proporcionou a todos uma grande apresentação que entrou para história, a 2ª Edição do “Bloco Junino Bagaceira" foi realizada. 

2007



Homenageando a Nação Brasil, a Pisada Forte trouxe como grande novidade na ocasião a “Orquestra de Panelas” na abertura, a orquestra foi baseada em um momento do DVD “Ballet Mulato” de Daniela Mercury. 

Foi nesta apresentação que o despertou o senso crítico dos expectadores devido à apresentação ser fechada com o hit do axé  baiano “Levada Brasileira”, mais como tudo é válido, a quadrilha fez mais uma grande apresentação no ano que aconteceu a última e 3ª Edição do “Bloco Junino Bagaceira". 

2008


O forrozeiro Alcymar Monteiro, querido por toda população banzaeense foi o grande homenageado da Pisada na sua sexta apresentação em Praça Pública. 

Alcymar sempre foi lembrado pela Pisada e inclusive uma música de sua autoria, "Festilhas", onde diz que na minha quadrilha só tem gente que brilha, é sempre usada nas apresentações. 

Na ocasião, o grupo apostou em novidades colocando 32 casais, uma banda ao vivo, a Banda Pisada Forte e um telão de projeção que foi operado por Jefferson Matos, para mostrar aos expectadores que a história da quadrilha começou dentro de uma sala de aula e a cada ano atingia novas proporções. 

Naquele ano a Quadrilha e Banda Pisada Forte eram compostas por mais de 60 pessoas, entre jovens e adultos, trabalhando em plena comunhão. 

2009 



Na 7ª Apresentação em 2009, o grande homenageado foi o Rei do Baião, Luiz ‘Lua’ Gonzaga. Na ocasião foi relatado sobre os 20 anos de sua morte. 

A aposta do grupo foi válida e a história de Gonzagão foi cantada através de seus grandes sucessos. Os dançarinos da pisada mais segura do Brasil fizeram um grande show com um figurino impecável, alegorias e adereços projetados e desenvolvidos pelos próprios componentes. 

2010


  

Salve o Carnaval Baiano! Com esse tema, a quadrilha trouxe o som das grandes músicas que embalaram a Festa Baiana, desde Moraes Moreira, passando por Luiz Caldas, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e outros grandes artistas do Axé Music.

Neste ano a Pisada se apresentou no "São Pedro da Tradição", evento organizado pela Prefeitura Municipal, e enfatizaram em quinze minutos os sete dias de folia da capital baiana, Salvador. 

2011




Pelo segundo ano consecutivo à apresentação ocorreu no "São Pedro da Tradição" e os pisadeiros fizeram mais um espetáculo, munidos de muita qualidade áudio visual, luzes e alegorias, onde o grande homenageado foram os Portugueses. Na ocasião contou como eles chegaram ao Brasil.

2013



O período era de muita escassez e falta de chuva e de um bate papo descontraído entre amigos na rua e após uma foto postada por Lucas na rede social Facebook pedindo o retorno da Pisada, surgiu à ideia de realizar uma reunião no Auditório da Secretaria de Educação e a mesma aconteceu sob o comando da Comissão Organizadora recém-criada, formada por Bruno Matos, Gleidson Miranda, Emanuel Almeida, Jackson Alves, Alan Nascimento, Kathyuscia Santos, Fernando Nascimento e Geovanne Dantas.

A reunião democrática contou com a participação dos (as) quadrilheiros (as)  na ocasião e todos puderam opinar desde a escolha do tema, ao figurino e músicas a serem executadas nas apresentações daquele ano.

O tema escolhido não poderia ser outro e assim a fé do povo nordestino foi o grande destaque do retorno e décimo ano de apresentações da Pisada, "A Fé do Nordestino"  com o slogan que ficou denominado "Seca no Sertão e Fé no Coração"

Três foram às apresentações na ocasião, à primeira no São Pedro da Tradição, a segunda em homenagem ao amigo Padre Mário Gonella, em frente à Igreja Matriz e a terceira em Paulo Afonso, a convite do Bispo Dom Guido, está última encerrou a Semana Missionária da JMJ na Diocese em frente à Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

2015




Com retorno de Lucas Viana na organização, a participação de 18 casais, um trio de forrozeiro e a dupla Luciano Almeida e Thais fazendo a abertura, a Pisada teve como tema neste ano a Batida da Zabumba.

Foram duas apresentações, a primeira na Praça do Banza e a segunda Arraiá Culturá do Pombá em Ribeira do Pombal. Ambas contaram com o cômico casamento caipira, além da batida da zabumba e o fole da sanfona que puxou os quadrilheiros.

2016



Com apresentações no São Pedro da Tradição, no Arraiá Culturá do Pombá e no Arraiá da Rua da Ribeira, as duas últimas em Ribeira do Pombal, os quadrilheiros da Pisada viveram a vida de “Dominguinhos” com o tema: Sua benção grande mestre! 

O homenageado foi um grande foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro, o sanfoneiro, teve como mestre Luiz Gonzaga.

2017




E 15 anos depois, justamente na noite de São Pedro (29 de Junho), assim como na primeira vez em 2002, a Pisada chegou pisando Forte no Baile de Debutantes, uma celebração em grande estilo, momento único da Junina.

A festa de 15 anos foi celebrada ainda no Arraiá Culturá do Pombá em Ribeira do Pombal, e no Arraiá da Quadrilha Fogo na Saia, no Povoado Barrocão.


Pisa, minha Pisada!

Nasceu de um acaso, ou uma certeza, não se sabe, mas o que fica evidenciado com essa incrível e marcante história, é que o tradicional e o inovar são artes que sempre se confronta em suas apresentações, entretanto, a vitória se dar a partir do empate entre ambas. 

Ao longo desses anos a Pisada só não se apresentou nos anos de 2003, 2012 e 2014.

Matéria enviada por Lucas Viana em 2013, um dos fundadores da Quadrilha. Adaptada e acrescentada novas histórias a partir deste ano por Bruno Matos Cezar.

Fotos da Fan Page no Facebook: QUADRILHA PISADA FORTE - BANZAÊ