O ano era 2002 quando a partir de uma
seletiva ocorrida no Centro Educacional Edval Calasans (CEEC), jovens foram
escolhidos para participar de um Concurso
Municipal de Quadrilhas.
Alguns chateados com a situação
formaram a chamada “Quadrilha da
Rua”, participava quem tivesse interesse.
A disputa não aconteceu e foi quando
se deu a fusão entre o Grupo da
Escola e com o Grupo
do Povão. E ocorria um fato interessante, as pessoas antes de se unirem,
indagavam umas as outras, “Você participará de qual quadrilha, da rua ou da
escola?”.
A princípio a professora Rita
Simone, batizou o grupo de “Quadrilha
Arrasta-Pé na Praça”, na justificativa de que suas apresentações se
dariam sempre na Praça de Eventos da cidade.
O primeiro empecilho encontrado pelo
grupo foi à falta de um local para os ensaios. Foi ai que o saudoso Flaviano Dantas, popularmente
conhecido como “Sr. Viano” (in
memória), cedeu sua garagem, “O Casarão”, para realização dos ensaios. Como o número de participantes
aumentava, o espaço ficou pequeno e assim surgiu mais uma ajuda que veio da
professora e diretora do CEEC na época Cássia Matos que realizou uma reunião com os membros do grupo
e permitiu que ocorressem as reuniões e ensaios dentro de uma das salas
de aula da Unidade Escolar, espaço esse que também ficou pequeno diante da
euforia dos integrantes, sendo assim surgiu à ideia de fazer os ensaios na área
externa da escola que por sinal não era pavimentada. .
Com os problemas encontrados na área
externa do CEEC, a Comissão Organizadora teve que buscar um novo ambiente e de
imediato idealizaram a Praça Mãe
Joana, mas logo descartaram, afinal, o público iria ficar a par da
apresentação e “perderia a graça no dia”. Por essa razão, surgiu à hipótese de
solicitar a diretora da Escola Municipal Edite Brito (hoje desativada),
professora Marilene Bezerra,
para acomodar a quadrilha, após uma reunião com ela, a mesma citou as
inesquecíveis palavras, “A escola
é de vocês! Jamais eu vou deixar de ajudar a nossa cultura e o que precisarem
contem comigo!”. E não foi diferente, até aulas de frevo a professora
Marilene ofertou para quadrilha.
Já em cima da hora para primeira
apresentação, tudo começara a se concretizar, espaço de ensaios conseguido, participantes sendo “afiados”, e faltava o principal,
o figurino!
Pela falta do figurino, o grupo foi
em busca de apoio ao presidente da Câmara na ocasião Paulo Sérgio, ao então prefeito Zé Leal e ao Comércio Local e o
mesmo foi conseguido.
Com os apoios conquistados e ajuda
dos participantes, o tecido para fazer o figurino foi comprado, o mesmo chegou
faltando uma semana para a data da apresentação e aí começou a correria
na busca por costureiras para concretizar o modelo rabiscado no papel pelos
talentosos irmãos, Agerlânio, Cida e Ana Carla.
Chegou o grande dia e na noite de
São Pedro, 29 de Junho de
2002 aconteceu à primeira Apresentação da Quadrilha, na antiga Praça do Mercado Municipal,
hoje Praça Nossa Senhora da Conceição.
Logo na primeira apresentação a
quadrilha mostrou que chegou para marcar época, o tema usado na ocasião surgiu
da Banda Menina Faceira, (“Alô, alô meus amores, esse é o nosso
terceiro cd...”). Professor na época, Celhão Produções foi o marcador da apresentação tradicional que
foi encerrada com uma coreografia ensaiada homenageando Lampião e Maria Bonita.
2004
A Pisada voltou com força total e fez uma apresentação ímpar
mesmo sem tema e seguindo a ideologia da primeira apresentação em 2002, coreografia ensaiada e passos tradicionais sob a
marcação do professor Girordan.
Nesta apresentação, surgiu a
primeira dupla mirim da Quadrilha, (Mateus
e Daniela Oliveira).
2005
A Pisada pela primeira se apresentava pelo segundo ano consecutivo e fez
mais uma brilhante apresentação, mesmo sem tema.
Nesta ocasião aconteceu a 1ª Edição
do “Arrastão da Bagaceira” com
um carro de som ao comando do narrador e animador Toninho de Quinca Soldado, participam do esquenta caminhões,
jegues, cavalos, motos, bicicletas e pessoas a pé, foi um grande arrastão entre
a Sede e o Povoado Campo do Brito, fazendo
um grande alvoroço.
O que era para ter sido apenas um
“esquenta” da Quadrilha Pisada
Forte, o “Arrastão da
Bagaceira”, tornou-se num grande “Bloco Junino” com os participantes vestidos a caráter.
2006
O ano era de Copa do Mundo na Alemanha e o tema na ocasião
homenageada o mundial e a Seleção
Brasileira. Embaixo de muita chuva a Pisada Forte proporcionou a todos uma grande
apresentação que entrou para história, a 2ª Edição do “Bloco Junino Bagaceira" foi realizada.
2007
Homenageando a Nação Brasil, a Pisada Forte trouxe como grande novidade na ocasião a “Orquestra de Panelas” na
abertura, a orquestra foi baseada em um momento do DVD “Ballet Mulato” de Daniela Mercury.
Foi nesta apresentação que o
despertou o senso crítico dos expectadores devido à apresentação ser fechada
com o hit do axé baiano “Levada
Brasileira”, mais como tudo é válido, a quadrilha fez mais uma
grande apresentação no ano que aconteceu a última e 3ª Edição do “Bloco Junino Bagaceira".
2008
O forrozeiro Alcymar Monteiro,
querido por toda população banzaeense foi o grande homenageado da Pisada na sua sexta apresentação em Praça
Pública.
Alcymar sempre foi lembrado pela Pisada e inclusive uma música de sua autoria, "Festilhas", onde diz que na minha quadrilha só tem gente que brilha, é sempre usada nas apresentações.
Na ocasião, o grupo apostou em
novidades colocando 32 casais,
uma banda ao vivo, a Banda Pisada Forte e um telão de
projeção que foi operado por Jefferson
Matos, para mostrar aos expectadores que a história da quadrilha começou dentro de uma sala de aula e a cada ano atingia novas
proporções.
Naquele ano a Quadrilha e Banda
Pisada Forte eram compostas por mais de 60 pessoas, entre jovens
e adultos, trabalhando em plena comunhão.
2009
Na 7ª Apresentação em 2009, o grande
homenageado foi o Rei do Baião,
Luiz ‘Lua’ Gonzaga. Na ocasião foi relatado sobre os 20 anos de sua
morte.
A aposta do grupo foi válida e a
história de Gonzagão foi cantada através de seus grandes sucessos. Os
dançarinos da pisada mais segura do Brasil fizeram um grande show com um
figurino impecável, alegorias e adereços projetados e desenvolvidos pelos
próprios componentes.
2010
Salve o
Carnaval Baiano! Com
esse tema, a quadrilha trouxe o
som das grandes músicas que embalaram a Festa Baiana, desde Moraes
Moreira, passando por Luiz
Caldas, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e outros grandes
artistas do Axé Music.
Neste ano a Pisada se apresentou no "São Pedro da Tradição",
evento organizado pela Prefeitura Municipal, e enfatizaram em quinze minutos os
sete dias de folia da capital baiana, Salvador.
2011
Pelo segundo ano consecutivo à
apresentação ocorreu no "São
Pedro da Tradição" e os pisadeiros fizeram mais um espetáculo,
munidos de muita qualidade áudio visual, luzes e alegorias, onde o grande
homenageado foram os Portugueses.
Na ocasião contou como eles chegaram ao Brasil.
2013
O período era de muita escassez e
falta de chuva e de um bate papo descontraído entre amigos na rua e após uma
foto postada por Lucas na rede social Facebook pedindo o retorno da Pisada,
surgiu à ideia de realizar uma reunião no Auditório da Secretaria de Educação e
a mesma aconteceu sob o comando da Comissão Organizadora recém-criada, formada
por Bruno Matos, Gleidson Miranda, Emanuel Almeida, Jackson Alves, Alan
Nascimento, Kathyuscia Santos, Fernando Nascimento e Geovanne Dantas.
A reunião democrática contou com a participação
dos (as) quadrilheiros (as) na ocasião e todos puderam opinar desde a
escolha do tema, ao figurino e músicas a serem executadas nas apresentações
daquele ano.
O tema escolhido não poderia ser
outro e assim a fé do povo nordestino foi o grande destaque do retorno e décimo
ano de apresentações da Pisada, "A Fé do
Nordestino" com o slogan que ficou denominado "Seca no Sertão e Fé no Coração".
Três foram às apresentações na ocasião, à primeira no São Pedro da Tradição, a segunda em homenagem ao amigo Padre Mário Gonella, em frente à Igreja Matriz e a terceira em Paulo Afonso, a convite do Bispo Dom Guido, está última encerrou a Semana Missionária da JMJ na Diocese em frente à Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
2015
Com
retorno de Lucas Viana na organização, a participação de 18 casais, um trio de
forrozeiro e a dupla Luciano Almeida e Thais fazendo a abertura, a Pisada teve
como tema neste ano a Batida da Zabumba.
Foram duas apresentações, a primeira na Praça do Banza e a segunda Arraiá Culturá do Pombá em Ribeira do Pombal. Ambas contaram com o cômico casamento caipira, além da batida da zabumba e o fole da sanfona que puxou os quadrilheiros.
2016
Com apresentações no São Pedro da Tradição, no
Arraiá Culturá do Pombá e no Arraiá da Rua da Ribeira, as duas últimas em Ribeira
do Pombal, os quadrilheiros da Pisada viveram a vida de “Dominguinhos” com o
tema: Sua benção grande mestre!
O homenageado foi um grande foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro, o sanfoneiro, teve como mestre Luiz Gonzaga.
O homenageado foi um grande foi um instrumentista, cantor e compositor brasileiro, o sanfoneiro, teve como mestre Luiz Gonzaga.
2017
E 15 anos depois, justamente na noite de São Pedro
(29 de Junho), assim como na primeira vez em 2002, a Pisada chegou pisando
Forte no Baile de Debutantes, uma celebração em grande estilo, momento único da
Junina.
A festa de 15 anos foi celebrada ainda no Arraiá Culturá do Pombá em Ribeira do Pombal, e no Arraiá da
Quadrilha Fogo na Saia, no Povoado Barrocão.
Pisa, minha Pisada!
Nasceu de um acaso, ou uma certeza,
não se sabe, mas o que fica evidenciado com essa incrível e marcante história,
é que o tradicional e
o inovar são artes que
sempre se confronta em suas apresentações, entretanto, a vitória se dar a
partir do empate entre ambas.
Ao longo desses
anos a Pisada só não se apresentou nos anos de 2003, 2012 e 2014.
Matéria enviada por Lucas Viana em
2013, um dos fundadores da Quadrilha. Adaptada e acrescentada novas histórias a
partir deste ano por Bruno Matos Cezar.
Fotos da Fan Page no Facebook: QUADRILHA PISADA FORTE - BANZAÊ