domingo, 24 de fevereiro de 2019

Povoado Monte


O Monte fica localizado no sudeste do município, a 17km da Sede, com aproximadamente 700 habitantes, dos quais cerca de 200 se encontram no estado de São Paulo, a maior concentração encontra-se na cidade de Santos. 

Existem duas versões em relação ao descobrimento do Monte. A primeira que foi habitado primeiramente por um senhor chamado José Dionísio de Oliveira, nascido na Fazenda Baixa, em 1855 e que chegou a comunidade em 1885, casou-se com a Sra. Maria Francisca de Oliveira, tiveram 11 filhos (oito mulheres e três homens), seus respectivos nomes eram: Maria, Joana, Ursulina, Júlia, Alberta, Jovencia, Jesusína, Ana, Alfredo, Joaquim e José, eles trabalhavam na comunidade como carpinteiros e agricultores. Dionísio faleceu em 1948, aos 93 anos. Hoje o Monte é habitada por cerca de 75% de seus descendentes entre netos, bisnetos e trinetos.

A outra versão é que foi descoberto por um senhor chamado Miguel Curvelo dos Santos, um senhor de escravos, que veio do município de Tucano, o qual possuía cerca de 15 escravos. Casou-se com Doma Moça, com quem teve um filho e sete filhas. Não se sabe ao certo quando Sr. Curvelo chegou ao Monte, mas pesquisas apontam para o ano de 1840 ou 1850 aproximadamente. 

O nome do lugar já diz tudo, referência às serras que a rodeia. 

No início tinham poucas casas, feita de taipa (enchimento de barro, a comunidade era coberta por grandes árvores e existia também a casa de farinha de rodete e motorizada). 

A agricultura (feijão, milho e mandioca) era a fonte de sobrevivência e renda; as pessoas trabalhavam em mutirões que tinha o nome de batalhão; realizava também a despalha de milho (os agricultores colhiam seus milhos e convidavam os moradores para a despalha). Durante o trabalho, as pessoas se divertiam bebendo cachaça e “cantando versos e contando causos”.

A diversão mais comum era brincadeira de rodas, bilisconder (esconde-esconde), leitura de literatura de cordel, São João, o pau-de-sebo, e no sábado de aleluia com a queima de Judas e quebra-potes.

Religiosidade. Na época da quaresma era muito respeitada. As pessoas guardavam em sacos seus instrumentos musicais, como: violão e sanfona, não ligavam rádio.

A luz era candeeiro, a base de querosene; água era de tanques de barreira, que aparavam as águas das chuvas, não tinham nenhum tratamento. Quando ficava muito tempo sem chover, as pessoas pegavam água até mais de 6 km de distância.

Na década de 40, a comunidade começou a crescer. Surgiram os primeiros comércios: o Bar de Pedro Guilherme e uma Padaria de Pedro Bira. 

O primeiro rádio da comunidade foi o de Maninho Silva, a primeira radiola (vitrola) pertencia a Manoel Faustino, ambos os instrumentos funcionavam a pilhas.

Na década de 60 a diversão passou a ser forró, tocado pelo primeiro sanfoneiro da comunidade: Manoel Prudente de Moraes, que deixou o ofício para Zé de Maninho, as roupas eram feitas de pano de saco, e usavam tanto homens como mulheres. 

Algumas pessoas importantes para a comunidade.

Alfredo: enfermeiro; Joaquim: carpinteiro – fazia caixões para sepultamento; Filadelfo: coveiro e conhecedor de ervas medicinais também o lendário lobisomem; Aristides: fazendeiro que empregava maior número de pessoas; Joana: humorista da comunidade; Rogaciana e Francina: parteiras.

Na década de 80 a tecnologia chegava ao Monte: a televisão perto e branco, que pertencia a Sr. João de Maninho, na casa de quem a maioria dos moradores se reunia para assistir as novelas, telejornais, Copa do Mundo e principalmente filmes, destacando-se Tarzan e BJ; a primeira geladeira foi possuída por Gervázio.

O Monte atingiu seu maior desenvolvimento a partir da década de 90, quando passou a ser município de Banzaê. Hoje é um povoado desenvolvido, tem uma Escola, está cujo nome é uma homenagem ao provável primeiro morador José Dionísio; Igreja Católica, nas quais os fiéis se reúnem pra louvar a Deus, principalmente na época do Novenário em louvor a Nossa Senhora do Monte Serrat; Associações Comunitárias Rurais, Culturais e de Pais e Mestres, através das quais já conseguiu recursos para a comunidade tais como: Olaria, Casa de Farinha eletrizada, Trator agrícola, além de telefone; PSF inaugurado em junho de 2008; Abastecimento de água; Quadra Poliesportiva, Ruas pavimentadas e Campo de Futebol. 

A população atinge cerca de 510 habitantes (sem contar os que estão em outros estados), que ainda vivem da agricultura, da aposentadoria rural e dos benefícios sociais.

O Monte é como qualquer outra comunidade em fase de crescimento que tem seus problemas, mesmo assim estão com o olhar voltado para o futuro. Os pais se preocupam com a educação dos seus filhos, pois acreditam que através dela podemos transformar para melhor o mundo onde vivemos.

Essa publicação foi enviada pelo professor e blogueiro Josivan Ribeiro que adaptou a mesma ao lado do professor José Andrade, ela foi feita de uma entrevista realizada por alunos ao Sr. José Dionísio Neto. 

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